domingo, 24 de junho de 2007

O dia-a-dia da campanha



A UDT esteve em Baucau e Lospalos.
Não foi possível ir a Laga devido a corte de estrada.
Amanhã, deveríamos ir a Oé-Cussi.
Mas a UNMIT que, na sexta-feira, assegurara o voo aéreo para dez elementos da nossa comitiva, entre os quais dois jornalistas, decidiu recuar e, dando o dito por não dito, comunicou ontem, sábado, o cancelamento do voo, propondo como alternativa o regresso por barco.
Em carta dirigida à UNMIT e ontem mesmo entregue na sede no Obrigado Barracks, com conhecimento à CNE e aos STAE, a UDT, recorda que
“no passado dia 19 enviámos uma carta com o pedido e a lista de passageiros incluídos na comitiva da UDT para a deslocação a Oécussi onde, no próximo dia 25 de Junho, se realizaria um acto da campanha eleitoral da UDT, dentro dos prazos exigidos pela UNMIT para a organização do transporte aéreo a ser facultado a todos os partidos políticos.”
A UDT esclarece ainda que “Por não nos ter sido facultado o transporte aéreo solicitado - embora os prazos para a apresentação tenham sido por nós cumpridos - , a UDT comunica que manterá o calendário de campanha – justamente a ida a Oécussi no dia aprazado, o de 25 de Junho – mas destaca que não se deslocará ao enclave de Oé-Cussi porque a UNMIT não facilita nem assegura o transporte aéreo solicitado.”.
A UDT lamenta o facto, tanto mais que perdemos a oportunidade de nos encontrarmos com os nossos simpatizantes e filiados.
Por outro lado, a alternativa proposta pela UNMIT não tem muita razoabilidade. A viagem por barco demora algumas horas e o tempo é muito escasso. No dia 26 teremos de estar em Maliana, para onde deveremos partir de manhã bem cedo, regressando no próprio dia, uma vez que, no dia 27, fecharemos as nossas actividades de campanha em Gleno.

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A UDT esteve em Lospalos. Um dia preenchido com a tomada de posse da nova Direcção Regional e diálogo com a população local.
A política económica da UDT e a sua aplicação no distrito de Lautém, foi um dos pontos abordados pelo Presidente do CSP.
Para a UDT o desenvolvimento económico não pode nem deve estar de costas voltadas para as populações e deve ter em conta a preservação dos recursos ambientais e da cultura.
A UDT defende que o desenvolvimento económico e a preservação ambiental do país não são incompatíveis. Pelo contrário, do ponto de vista da UDT, há interdependência entre desenvolvimento sustentável e efectivo e preservação ambiental a que deveremos acrescentar respeito pela cultura, tradições, usos e costumes locais.
João Carrascalão falou sobre a importância da construção da barragem de Iralalara para o desenvolvimento económico do país, mas sublinhou que essa construção deverá respeitar a cultura local, uma vez que Iralalara tem um peso cultural profundo nas crenças da população da zona, sendo necessário que, qualquer obra tenha em conta os interesses culturais e históricos daquela região.
Com base nas especificidades do distrito de Lautém e à importância do desenvolvimento harmonioso entre os vários interesses culturais, ambientais e económicos, João Carrascalão falou ainda sobre a importância do turismo a ser implementado de acordo com um plano director que observasse todas as particularidades da região.
Por outro lado, o Presidente da UDT defendeu o melhoramento e o desenvolvimento de actividades como a agricultura e a pecuária, com o objectivo de melhor servir os interesses das populações daquela região.

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A UDT participou num debate sobre a Mulher realizado na sexta-feira juntamente com representantes de outros partidos.
Partindo do princípio de que todos nascemos iguais e que a igualdade entre o homem e a mulher está consagrada no artigo 17ª da Constituição, não há que incentivar uma nova sociedade em que a mulher tenha a supremacia sobre o Homem como contraponto ao que hoje acontece.
Maria Ângela Carrascalão explicou a política do partido e expôs os pontos de vista da UDT.
Entende a UDT que:

antes de estimularmos a mulher a participar na vida pública, é preciso consciencializá-la dos seus direitos como pessoa e incentivá-la a usá-los de acordo com a sua vontade.
A mulher deve valer pela sua capacidade intelectual, independentemente do género. A UDT não perfilha da ideia de aplicação das cotas tendo em vista o preenchimento de lugares por mulheres só por serem mulheres. No entanto, sabendo-se que há discriminação, o sistema de cotas só deverá ser promovido acompanhado de medidas que a valorizem.
A discriminação da mulher exige que haja, em paralelo, um sistema de discriminação positiva com execução de medidas profundas, pelo que a UDT aposta na implementação de medidas mais profundas como a educação e o ensino, tendo em vista a valorização da mulher e também porque é essencial que haja
mudança da mentalidade tradicional e conservadora própria do sistema patriarcal vigente.
O trabalho de sensibilização das mulheres para os seus direitos e para a sua participação na vida não deve ser apenas feito na cidade. Deverá abranger as áreas rurais.
O trabalho de sensibilização para a independência da mulher, para a denúncia de violência ou de outra situação discriminatória, terá de ser implementado a seguir a uma eventual atitude de libertação da mulher, de molde a assegurar a sua independência e a não permitir retaliações e vinganças do agente da violência.
Em conclusão, Mulher e Homem são ambos seres humanos e
são duas faces de uma só moeda, devem completar-se e andar de mãos dadas em todas as áreas da Vida.
Ao
Estado cabe zelar pela observância dos direitos consagrados na CRDTL, prestar atenção às discriminações e à violência e às razões que estão na sua origem e criar condições para a consolidação da participação da mulher na vida pública e política através de medidas estruturais e não apenas de circunstanciais.

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